Aprendendo a ter paciência

Esse processo de ter depressão na realidade é algo bem cansativo do que me avisaram, é uma luta diária que nem sempre estou disposta a entrar. Além de todas as noites chorando em desespero, e as várias crises que me faziam achar que eu estava morrendo Ela me tirou a habilidade - que francamente eu nunca desenvolvi direito - de ter paciência.

Não tenho paciência para quase nada, para revisar meu trabalho, para esperar o tempo de uma pessoa para nos tornamos amigas, para esperar o final de semana para ter um tempo com meu namorado, para dar um tempo a mim mesma, para voltar a ser a pessoa de quem eu me orgulhava em ser.

Gosto de culpar - além de mim mesma, pelo meu fracasso diário - meu remédio, que obviamente, tem me deixado mais ansiosa do que o normal, e eu sinto os efeitos da ansiedade no meu corpo, minha respiração acelerada, meu corpo mole e minha cabeça enevoada da tamanha atividade mental que está acontecendo daquele momento. E até poderia culpá-lo se eu tivesse a cara de pau de ir na minha psiquiatra, mas nem isso consigo fazer.

O mais curioso, como diz naquela música que eu amo "que foi machucado esquece que a dor uma hora passa", ou algo assim, é que toda vez que eu tenho uma crise de ansiedade, uma voz, lá no fundo das várias vozes da minha mente me pede para não fazer nada, para apenas esperar toda essa sensação ruim passar, porque vai passar independente do que eu ou outra pessoas façam. Mas não, toda maldita vez eu acaba colocando os pés pelas mãos e fazendo algo de que me arrependa. Toda vez.

Mas o que eu faço para tentar controla-la, ou diminuir a sua intensidade? Um monte grande de nada.

O que eu deveria fazer é, primeiro, marcar uma consulta com a minha psiquiatra; anotar e falar para ela tudo que estou sentindo de novo, e esperar se a nova dose, ou os novos medicamentos farão efeito. Segundo, começar a me exercitar, seja antes do trabalho, ou depois, prioridades são prioridades, e eu ando separado muito mente e corpo e só tenho me focado na minha mente, mas meu corpo está sofrendo bastante com a total falta de atenção que eu tenho dado para ele. Terceiro, desenvolver e tentar estratégias para tentar diminuir a frequência e a quantidade, e ter paciência se elas não funcionarem de primeira.

Sei lá se isso vai dar certo, nem sei se vou tentar tudo isso.

Eu só não quero mais a sensação de que tudo que eu conquistei, mesmo quebrada do jeito que eu estou, escorregue pelos meus dedos, por causa de auto-sabotagem e por falta de paciência.

Eu só não quero mais lutar todos os dias para viver.

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