Alguns hábitos de leitura

Eu tenho um hábito de grifar e escrever nas lateiras dos livros que eu leio, as vezes para estacar alguma passagem interessante outros para "conversar" com o autor, mas 90% das vezes sou execrada por outros leitores quando digo que faço isso.


Há alguns anos eu ganhei um livro sensacional de Natal, "Uma professora muito maluquinha". Quando era menor eu adorava os livros do Ziraldo e o Papai Noel deu meu primeiro exemplar de um livro dele. Já li e reli esse livro incontáveis vezes, mas um dia enquanto brincava com uma das minhas primas mais novas, ela rabiscou e desenhou em algumas partes do meu xodó. Eu fiquei louca, comecei a gritar com ela, tanto que a fiz chorar. 

Olhando para trás, eu teria feito diferente. É verdade que ela não deveria ter feito isso, mas também é verdade que ela era muito nova para entender o porque não se pode desenhar em tudo, meu livro é apenas um monte de folhas juntas, não são as páginas que contam, mas esse conteúdo e esse eu posso achar em qualquer lugar.




O que eu mais vejo na relação entre leitor e livro é quase uma canonização do objeto, um livro que tem ser algo intocável, puro. Eu entendo que quando você ama uma história você quer cuidar do livro como se fosse um ser vivo, mas não é. 

Gosto de livros com as suas marcas, gosto de quando acabo de ler, vejo que ele aumentou um pouco de tamanho, gosto de livros com suas capas gastas, não pelo mal manuseio, mas pelo manuseio constante. Gosto de livros de sebo, com cheiro antigo, com algumas marcas de café aqui ou ali, suas páginas amarelas e seu doce cheiro de usado. Gosto de escrever em livros par que ele tenha um pouco mais a minha cara e sinto a necessidade de retribuir as marcas que deixou em mim.
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Também gosto de emprestar livros, acho um desperdício eu ter tantos livros e não passar a história para frente, se eu gostei de uma, eu compartilharei com alguém que acho que também vai gostar.
Claro que eu não empresto para qualquer um, têm sempre aqueles que não vão nem chegar a ler a história e que nem vão te devolver o livro, mas não tem coisa melhor do que você emprestar seu exemplar favorito para um amigo e ele querer debate-lo com você?

Mas não confunda isso com mal cuidado, é de cortar o coração ver um livro todo corroído por traças, rasgado, molhado. Não, não confunda as duas coisas.

Que tal praticar o desapego? Comece emprestando aquele livro que seu amigo está te pedindo a séculos, dá um aperto no coração, mas vale a experiência.

2 comentários:

  1. Nha, comecei a emprestar meus livros pouco tempo atrás (pra gente que eu sei que toma cuidado e que realmente quer ler). Dói mesmo o coração, mas é bom ver ele bem tratado não apenas por você, mas também por outras pessoas! ♥

    Beijos,
    http://totalmenteanta.blogspot.com.br/

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  2. Siim, imprestar livros abre todo um novo universo.

    Bjs

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