Após me apaixonar por "A Culpa é das Estrelas", foi procurar saber mais sobre John Greem, um autor meio nerd que fez uma linda história de amor. Ao ver um vídeo da Tati Feltri elogiando muito "Quem é Você Alasca?" sabia que tinha que lê-lo.
Esse romance YA (jovens adultos) foi o primeiro escrito por John Green em 2005, premiado em 2006 elegido por mim seu melhor livro dos dois que já li.
O romance surpreendente, conta a história de Miles, um menino introvertido, com poucos amigos que está pronto para procurar seu "Grande Talvez" quando larga tudo e vai estudar em um internato longe de casa.
Miles é fascinado por biografias, principalmente as últimas palavras, usando-as como motivador, assim como algumas pessoas gostam de colecionar frases de escritores ou músicas.
Ao se mudar para o novo colégio todo um mundo novo a sua frente, Miles conhece Coronel, seu colega de quarto (melhor personagem do livro) e Alasca, uma menina diferente, sensual, inteligente, divertida e problemática na qual Miles se apaixona perdidamente assim que a conhece.
Tudo se desenvolve conforme um romance comum de adolescente: descobertas, paixões, interesse, brigas, até uma acontecimento marcante muda completamente o rumo da história, fazendo você rir e chorar ao acompanhar os desdobramentos.
"Agora cumpre dizer que a garota era linda[...]. Mesmo no escuro podia ver seus olhos - ferozes esmeraldas. {...} Não era apenas lindo, era gostosa, com seis comprimidos pela camiseta regata, pernas sobradas movendo-se para frente e para trás em baixo do balanço." Miles sobre Alasca.
John Green consegue conversar muito bem com seu público, criando personagens singulares com quem é impossível ficar apático, mesmo os menos desenvolvidos ganham uma personalidade que é mantida durante a obra. Gosto como ele trata todos os assuntos que envolvem a adolescência sem moralidade ou esconder atitudes como fumar, beber.
Sobre a Alasca, não gostei muito da personagem pois já sabia o seu tipo de primeira, tornando a revelações da histórias um pouco obvias. Aquele tipo que justifica suas atitudes por causa do seu trágico passado, mas a humanização envolta no desfecho da personagem não ficou forçada como eu imaginava.
Como o livro é narrado pelo Miles, grande parte dele passa narrando o seu quase romance/friend zone entre a ele e Alasca, mas as minhas passagens favoritas são as que trazem a amizade dele com o Coronel, os diálogos entre eles cheios de ironia e carregado com um forte sentimento de companheirismo que muitas vezes fica subentendido. Após o grande acontecimento do livro, eles ao mesmo tempo que buscam apoio um no outro e brigam sem parar e com essa ambiguidade sua trauma sua amizade se fortalece.
""Você pode brigar comigo" eu disse. Pousei o controle, estiquei-me no sofá de espuma e caí no sono. Enquanto adormecia, ouvi Coronel dizer. "Não consigo me zangar com você seu magricela filho da mãe"". Coronel
Esse livro é a prova que os YA tem muito o que oferecer, podendo transgredir de romances água com açúcar e tratar de assuntos mais profundos como câncer e morte, mas com a leveza e humor de um YA. John Green nesse livro mostra o outro lado da moeda para um público mais jovem, na qual apresenta a ponta do iceberg que espera por todos nós quando chegamos na vida adulta. Depois desses dois primeiros romances tenho até medo de me decepcionar com os próximos.
 |
| Sarah Polley |
Nenhum comentário:
Postar um comentário